segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ainda gosto...


Ainda gosto de receber mimos teus mãe…

No outro dia, como já é habitual lá nos encontramos as duas no sofá da cozinha. Tu de óculos postos e as mãos serpenteantes na agulha de renda, com a qual esboças os mais variados desenhos, flores, animais, formas geométricas, padrões que dão vida a uma tolha de mesa, colcha de cama ou um simples naperon. Renda que a minha avó, tua mãe te ensinou na luz trémula de uma candeia.
Eu ali ao teu lado, a ler um dos meus livros, mas hoje não leio, hoje por mais que tente chego ao fim da página e não me lembro do que falava três páginas atrás, os pensamentos fogem-me como folhas no vento. Não consigo. Fecho o livro… e aconchego-me no sofá…

Hoje deito a cabeça no teu colo, como fazia há anos atrás todos os dias. Nem consigo descrever o carinho que sinto simplesmente de assim estar, ao sentir o calor do teu corpo, os movimentos ágeis das tuas mãos, o som da televisão de fundo, o teu cheiro,
tudo me é familiar… sinto-me realmente bem assim.

Conseguiria fechar os olhos e permanecer assim para sempre na eternidade. Hoje precisava de sentir-me protegida, precisava de sentir que me amas, que ainda cuidas de mim… eu também te amo e digo-o todos os dias com o meu olhar, mesmo quando dizemos coisas menos boas uma à outra… **

domingo, 5 de outubro de 2008

Este ano...


Este ano perdi-me por aí…

Perdi-me entre os meus pensamentos e emoções,
Entre atitudes e valores…

Quando dei por mim… Senti-me de mãos vazias, senti que uma simples aragem me tinha levado tudo o que tinha… mas o que era tudo o que tinha?... Algo que nunca tinha sido meu?... Algo que simplesmente limitei-me a lutar desesperadamente?... Algo no qual eu pensava incessantemente e me esquecia de mim?...
Quando dei por mim… Já não me conhecia…, já não sabia aquilo que realmente gostava…, quais eram os meus valores…, o que é que me rodeava…, isto porque num dia de um dos meses deste ano cheguei mesmo a esquecer-me de mim…

Mas…, quando dei por mim…
Sei que não tenho as mãos cheias de nada,

Sei que tenho os meus pais que amo mais que alguém possa imaginar e me tornaram na pessoa que sou,
Tenho o meu irmão… que adoro mesmo quando nos chateamos à séria…
Tenho os amigos de longa data, que estão sempre lá para me dar um abraço, uma mão ou simplesmente me ouvir… que me levam a ver o mar quando estou mais triste que me acarinham sempre nos bons e maus momentos…
Tenho o prazer de trabalhar no que mais amo…
E ainda tenho o tempo suficiente para poder fazer ainda mais para além disso!...

Simplesmente esqueci-me que a vida não é uma só pessoa…
A vida é aquilo que nos rodeia,
O que nos faz sorrir espontaneamente…,
Ou chorar quando também é preciso,

A vida só tem sentido quando estamos connosco sempre…**