quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Há momentos...


Há momentos que nos absorvem,
Momentos em que ficamos suspensos no tempo,
Num ápice ficamos sem o chão que pensávamos ser o mais seguro
De tudo aquilo que nos rodeia.
Tu eras o meu chão…
São momentos em que a dor nos toca em cada parte do corpo, em cada parte da alma, em cada parte do espírito…
Rasga-nos a pele como farpas que nos sangram por dentro e por fora,
Aperta-nos o peito como se de um enfarte se tratasse,
Ali no chão absortos…
Lágrimas caem como chuva…
Tocam-nos a pele que arrefece a dor dos rasgos na pele, limpam o sangue da dor do nosso espírito…
São assim aqueles momentos…
Aqueles momentos que nos suspendem no ar em que tudo cai bem lá no fundo,
E nós ali ficamos a ver tudo o que construímos naquele chão seguro a desaparecer em segundos
E nada conseguimos agarrar, se não a dor…
Existirá um nascimento… Mas há sempre dor mesmo num momento assim…
A mudança é isso mesmo a perda e o ganho, esperemos sempre para algo bem melhor…
São esses momentos que nos colocam tudo em causa, o que já vivemos, o que se vive no agora e como será no futuro…
São esses momentos os cruciais para desabarmos junto com o chão seguro
Ou permanecermos suspensos e mesmo cheios de dor… Construindo um chão ainda mais forte, sem falhas porque o amor se sobrepôs ao sismo da dor
Que ainda magoa…, mas vai desvanecendo
Quando dia a dia nos sentimos bem melhor do que antes…**